Vendas pela Internet subiram 30% em 2008
O comércio eletrônico brasileiro cresceu 30% no ano passado, quando as vendas chegaram à marca de R$ 8,2 bilhões. Segundo a consultoria e-Bit, que monitora o mercado brasileiro, o índice de crescimento do País é superior ao dos EUA (7%), onde a crise financeira estancou o crédito e o consumo. De todo modo, representa uma desaceleração em relação ao crescimento de 2007 (43,2%).
Vários motivos explicam o desempenho positivo no Brasil. Um deles é a entrada de redes varejistas de peso, como Wal-Mart e Magazine Luiza. Segundo Pedro Guasti, diretor-geral da e-Bit, muitos fregueses fiéis às lojas físicas passaram a checar as promoções nos sites, antes de fazer suas compras.
Fonte: Gazeta de Alagoas, citado no InvestNews, 23/03/09.
Comentário do Charles
A crise iniciou lá em Setembro de 2008 (embora suas raízes sejam mais antigas, no mercado imobiliário dos EUA, coisa de 2007 pra cá). No Brasil, o impacto começou na indústria (principalmente nos setores mais exportadores) e o reflexo no comércio tende a ser um pouco depois. A primeira consequência foi a redução de demanda nos mercados consumidores externos (EUA e Europa) e depois a queda na oferta de crédito (o que dá certo freio ao consumo e impede investimentos do setor industrial).
Só que chegou o final do ano (2008) e a usual época das compras natalinas e o décimo-terceiro salário (de quem obviamente está ou estava empregado). Assim, o impacto no comércio foi novamente adiado. E claro, parte destas vendas natalinas aconteceram na Internet.
Não quer dizer que o comércio eletrônico seja imune à esta crise financeira. Só que a maior parte das compras é feita com pagamento antecipado ou à vista, ou em parcelamentos curtos com cartão de crédito. E cliente que tem cartão de crédito, já teve seu crédito aprovado e os riscos são menores (a loja não absorverá a inadimplência). Já as vendas fora da Internet se concentram mais no crediário das próprias lojas ou das financeiras com prazos longos, justamente as opções onde houve redução da oferta de crédito e logo, mais rigor e mais juros.
Sinceramente, eu acho errado pensarmos somente na crise e não nas oportunidades que ela pode apresentar. Empresas que aproveitam para investir, para capacitar funcionários, fortalecer marcas terão uma retomada mais rápida. Dentro ou fora da Internet.
A consolidação de operações virtuais de tradicionais redes de lojas físicas, conforme citou a matéria, usando o exemplo do Wal-Mart e do Magazine Luiza, contribui para este resultado. Particularmente, acredito que estas redes tradicionais até demoraram em perceber que “Internet existe”. O que podemos notar é que estas operações acabam abrindo novas frentes de consumo. O mesmo cliente das Casas Bahia que comprou um computador em 24 parcelas agora, com sua inclusão digital, tem a possibilidade de fazer novas compras no site desta mesma loja. Não vai demorar muito para o comércio eletrônico ser uma realidade também para a classe de renda média-baixa.
Se, por um lado, as maiores fatias do bolo do comércio eletrônico ainda estão concentradas em grandes lojas, cada vez fica mais acessível para pequenas empresas também iniciarem suas operações virtuais.
Não vamos esquecer de citar as vantagens para quem compra na Internet. A primeira é a gigantesca gama de opções (de produtos e preços), que pode ser pesquisada – o consumidor está com grande poder de escolha e informação. A segunda é a comodidade de comprar via computador e receber em casa. Para quem vende, é questão de sobrevivência (aquele seu freguês da rua ao lado pode estar comprando de um concorrente a centenas de quilômetros, enquanto você nem tem site) e a chance de atingir mais consumidores.
Charles A. Müller é MBA em Comércio Eletrônico pela FGV e profissional de Marketing.
Vendas pela internet estão crescendo muito rapidamente. É verdade que na antiga União Soviética, essas compras fazem na sua maioria moradores das grandes cidades. Mas a Internet cada vez mais a população rural no comércio nos próximos anos Internet em muitos países vai ser muito massa.