Plataformas de Conteúdo Digital (CMS) – para seu projeto rodar bem

É preciso definir a tecnologia para a gestão, escolhendo o Content Management System.

Uma das principais decisões que devem ser tomadas num projeto de comunicação ou serviço online é a tecnologia que será adotada, ou seja, as ferramentas corretas. O primeiro princípio é “não reinventar a roda”, logo, aproveitar ao máximo as opções disponíveis no mercado, seja de software ou componentes de software.

Mas, existem também outros princípios, que não podem ser esquecidos, como não escolher “um pneu careca para sua roda”, ou seja, usar uma tecnologia obsoleta ou decadente, que também colocará seu projeto em risco. E claro, o princípio de escolher “a roda certa, a que sirva no carro”, a que atende às necessidades dentro de um custo e um prazo viável.

Quando o projeto envolve uma Plataforma de Conteúdo Digital (que tecnicamente se chama de CMS – Sistema de Gestão de Conteúdo), a escolha poderá ser a adoção de uma plataforma de mercado (sobre a qual se customiza e se cria o site que exibirá o conteúdo, adaptando-a ao escopo do projeto) ou o desenvolvimento de uma, com base em componentes de software existentes – os chamados frameworks, também de mercado como o Symfony, MS .Net, Zend etc. ou criado por empresas para seu próprio uso, que são estruturas-base flexíveis de software para programadores.

Estratégia para CMS: não reinventar a roda, não escolher um pneu careca e usar uma roda que sirva. Critérios: escopo, equipe, sistemas legados, infraestrutura e market share.

Critérios

O primeiro critério, obviamente, é o escopo: conjunto das funcionalidades que se pretende ter no site ou sistema. Por exemplo, se seu projeto for um blog ou um portal de notícias, o WordPress pode ser uma boa opção (embora tenha evoluído para um CMS geral). Mas, se for de uma loja virtual, o Magento ou OpenCart podem ser melhores escolhas. Se for um fórum, por exemplo, pode ser considerado o phpBB. Se for uma Intranet, o Microsoft SharePoint é uma boa opção. Desenvolver um CMS próprio, a partir de um framework, pode ser a solução para projetos de escopo bem específico.

Também é preciso considerar a equipe que irá trabalhar, sistemas legados e a infraestrutura. Se há um time de especialistas num CMS (ou na linguagem que o gerou), adotar outro pode impactar em curva de aprendizado ou terceirizações com maior custo. Se o servidor já está definido como Windows, existem restrições ou algumas limitações para CMS baseados em PHP (como WordPress ou Joomla), sendo considerável adotar um CMS baseado em Microsoft.Net como o Umbraco ou o SharePoint. E claro, se o site novo precisa coexistir com sistemas legados, deve ser considerada a compatibilidade (embora integrações possam ocorrer entre plataformas diferentes). Nestes critérios, o desenvolvimento de CMS via framework pode ser considerado, quando o time de desenvolvimento adota uma plataforma própria e padronizada (neste framework), que sirva a (quase) todos os projetos para determinada linguagem de programação ou sistema operacional.

Um fator de decisão geralmente esquecido, contudo, é o market share (participação de mercado) do CMS. Existem plataformas que estão crescendo em utilização (e tendem a evoluir) e outras que estão estagnadas ou decaindo (e tendem a desaparecer). Algumas plataformas, pode se dizer, sobrevivem da manutenção de sistemas antigos (aqueles sites que estão à espera de verba para sair de cena). O market share indica, ainda que indiretamente, a provável disponibilidade de profissionais programadores, de documentação, publicações (livros e fóruns) e componentes de código prontos para uso (bibliotecas e plugins).

A escolha de uma plataforma de pouca adesão no mercado (ou em queda) aumenta os riscos, os custos e pior, compromete a evolução de um projeto (e do resultado que deveria criar para a marca).

E como está a adesão dos CMS?

Vamos dar uma olhada nos números globais da organização austríaca de pesquisa W3 Techs. Vou citar dados de Maio/2015, deste link, atualizado a cada mês e você mesmo(a) poderá acompanhar:

http://w3techs.com/technologies/overview/content_management/all

O WordPress dispara com 60,3% de market share, bem à frente do Joomla com 7,2% e do Drupal com 5,2%, ambos em PHP. O SharePoint fica lá atrás, com 0,4%, Umbraco com 0,1% – ambos em Microsoft.Net – e o Plone com 0,1% (em Python). É bom ressaltar que alguns CMS possuem menor participação, pois atendem a projetos específicos (como o Magento, voltado ao comércio e o Moodle, para ensino).

W3Techs CMS Maio15

Clicando no nome do CMS é possível ver sua tendência de evolução ou queda. WordPress e Magento crescendo, a queda do Joomla e a curva constante do Drupal. No caso do Drupal, é provável que a curva tenha mudanças no futuro (ao menos na aplicação em projetos de grandes empresas), em função do crescimento do mercado cliente da Acquia (fornecedora de soluções corporativas para este CMS). O WordPress segue crescendo justamente por ser o CMS mais popular, com mais extensões e de implantação mais fácil e rápida, já vai muito além dos blogs pessoais.

A lista da W3Techs considera os 10 milhões de sites públicos com mais acesso (via Ranking Alexa) e desconsidera subdomínios (detalhe que, se fosse incluído, aumentaria mais a participação do WordPress). Intranets não inclusas (o que aumentaria a participação do SharePoint).

A lista é de CMS de mercado, logo, não inclui sites cujo CMS foi feito sob medida (via uso de frameworks, por exemplo), é o 58,5% de “none” (barra cinza) do relatório.

Com base nestes vários critérios, será mais acertada a decisão sobre o CMS para um projeto, sem “reinventar a roda”, mas também sem “pneus carecas” ou “rodas que não sirvam”.

Por Charles A. Müller

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